Dilma Rousseff conquistou um segundo mandato no Palácio do Planalto, ainda que com uma votação substancialmente menor (51% dos votos válidos), relativamente há quatro anos atrás. Parece que programas como o Bolsa Família, aliás iniciados, ao contrário do que muitos pensam, ainda no consulado de Fernando Henrique Cardoso (FHC), e o apoio do seu mentor político, Luiz Inácio "Lula" da Silva foram suficientes para prolongar o ciclo do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder, se bem que à tangente. De facto se fizermos uma análise mais cuidada, Dilma Rousseff é uma criação política de Lula, de quem se já cogita, aliás, poder concorrer já em 2018 ao cargo de Presidente, sendo patente que em termos de carisma e popularidade Dilma está a anos-luz do seu antecessor, apenas se mantendo à tona no espectro político brasileiro graças ao voto dos eleitores mais pobres, logo menos esclarecidos, do Norte e Nordeste brasileiro. Já Aécio Neves, o candidato "tucano", como são conhecidos os apoiantes do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), não resistiu à campanha negativa lançada pelas hostes "petistas" e a uma certa colagem aos "grandes interesses económicos", seja lá o que isso for, e a alegados casos de favorecimento familiar enquanto Governador de Minas-Gerais. De qualquer forma Aécio ganhou capital político nesta campanha que poderá utilizar na oposição ao Governo Dilma e, quiçá, numa eventual recandidatura ao Planalto. Sendo certo que Aécio tentou passar uma mensagem positiva de mudança no Brasil, a verdade é que a bipolarização entre PT e PSDB dura desde 1994 e não parece que vá mudar tão depressa. Quanto a Dilma, a sua missão neste segundo mandato, será ainda mais difícil pois além de uma maioria reduzida terá de lidar com um Congresso que é dos mais fragmentados do Mundo, com mais de trinta(!) formações políticas representadas e ainda mais conservador do que o anterior, dificultando e muito a urgentíssima reforma do sistema político brasileiro e o sempre premente combate à corrupção que grassa na sociedade brasileira, sendo igualmente transversal a todo o quadrante político...
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