Seguindo uma sequência temporal acerca dos tópicos aqui abordados, devo dizer que as primárias no Partido Socialista vêm sendo marcadas por uma crescente crispação entre os candidatos, o que não abona nada em favor de um esclarecimento cabal das suas propostas políticas perante os eleitores incumbidos de escolher o próximo "candidato socialista a primeiro-ministro", com a devida ressalva de não existirem, no sentido do termo, verdadeiros candidatos a primeiro-ministro, sendo essa uma degenerescência do nosso sistema político explicável pelo sistema eleitoral de lista fechada que redunda numa completa subalternização dos candidatos a deputados em detrimento do líder do partido concorrente, na prática visto como um verdadeiro "candidato a primeiro-ministro", figura essa, volto a salientar, sem cabimento constitucional em Portugal. Voltando ao ponto inicial parece ficar clara a tentativa de António Costa, neste último debate, de apresentar uma pose de Estado em contraste com o estilo de challenger de Seguro, sempre mais agressivo e provocador do que Costa, contrariando um pouco a lógica, visto que o desafiador é o atual presidente da câmara municipal de Lisboa, o que se explica pelo facto daquele ser o verdadeiro
underdog e partir em desvantagem em todos os estudos de opinião publicados até à data. Para mim António Costa ainda é o
frontrunner embora só no dia 28 após o voto soberano dos militantes e simpatizantes socialistas possamos saber quem, afinal, se apresentará às próximas eleições legislativas como "candidato a primeiro-ministro" pelo PS.
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