quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Primárias Socialistas


Seguindo uma sequência temporal acerca dos tópicos aqui abordados, devo dizer que as primárias no Partido Socialista vêm sendo marcadas por uma crescente crispação entre os candidatos, o que não abona nada em favor de um esclarecimento cabal das suas propostas políticas perante os eleitores incumbidos de escolher o próximo "candidato socialista a primeiro-ministro", com a devida ressalva de não existirem, no sentido do termo, verdadeiros candidatos a primeiro-ministro, sendo essa uma degenerescência do nosso sistema político explicável pelo sistema eleitoral de lista fechada que redunda numa completa subalternização dos candidatos a deputados em detrimento do líder do partido concorrente, na prática visto como um verdadeiro "candidato a primeiro-ministro", figura essa, volto a salientar, sem cabimento constitucional em Portugal. Voltando ao ponto inicial parece ficar clara a tentativa de António Costa, neste último debate, de apresentar uma pose de Estado em contraste com o estilo de challenger de Seguro, sempre mais agressivo e provocador do que Costa, contrariando um pouco a lógica, visto que o desafiador é o atual presidente da câmara municipal de Lisboa, o que se explica pelo facto daquele ser o verdadeiro underdog e partir em desvantagem em todos os estudos de opinião publicados até à data. Para mim António Costa ainda é o frontrunner embora só no dia 28 após o voto soberano dos militantes e simpatizantes socialistas possamos saber quem, afinal, se apresentará às próximas eleições legislativas como "candidato a primeiro-ministro" pelo PS.

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